O Inferno de Pedra
Não tenho memória, de uma época
sem jogo de apresentação. A substituição do relvado do Estádio Municipal de
Braga, obrigou a que o S.C. Braga optasse por uma solução alternativa, o “SC Braga Day” no próximo 31 de julho.
Levou também, a que o clube voltasse a utilizar o “velho” Estádio 1º de Maio
para jogos de preparação da sua equipa principal. Reacendeu-se a mística do “cortejo”
Avenida abaixo, rumo ao granítico palco de uma grande parte da história do
Braga. Continua a não ser consensual, para a massa associativa, a opinião sobre
qual o melhor “ Forte” para o clube. Confesso que passei a minha infância, a
ver o Braga, no 1º de Maio. Não me esqueço do frio da sombria central nem do
quente sol frontal na superior. Do mar de guarda chuvas, nas tardes invernosas,
que obrigavam a uma ginástica especial e à astúcia na escolha do degrau mais
alto para poder ver o relvado. Também lá treinei muitas vezes, enquanto o Sr.
Branco (marcante roupeiro) fazia os seus exercícios na bancada. Senti o cheiro
da relva acabada de cortar, subi e desci as escadas de acesso ao campo um
incontável número de vezes. Até aulas de atletismo lá tive. É incontornável o
peso desse passado. Mas no entanto, eu sou grande adepto do EMB, da “Pedreira”,
do “Inferno de Pedra”. A ironia fez com que se passasse de um estádio com
bancadas em granito, para um assente numa pedreira. Foi aqui que já se jogaram
as mais importantes e excitantes partidas de futebol da vida do Braga. Já se
jogaram duas fases de grupo da Champions League, uma meia final vitoriosa da Europa League, se
recebeu a Intertoto. Já conquistou a sua eternidade na história do clube e em
muito menos tempo. O clube tomou para esta temporada uma decisão que penso vir
a ser determinante para a sustentação do cognome “Inferno de Pedra”. O facto de
os lugares anuais de Gverreiro, serem apenas para as bancadas inferiores vai
potenciar o ambiente braguista na sua plenitude!
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Carlos Lezón Bouças