sexta-feira, 28 de abril de 2017

Braga a votos

É inquestionável o crescimento do S. C. Braga, desde que António Salvador assumiu a presidência da direcção. O Braga passou a ser temido, cresceu em vários sentidos, os resultados ajudaram a fazer crescer a legião. As campanhas nas escolas, fizeram crescer o orgulho de ser do clube da terra. À primeira vista pareceria evidente a sua reeleição e até a ausência de listas concorrentes. Mas há sempre quem acredita que se pode fazer melhor. Sem dúvida que as coisas boas superam as más decisões, que também as houve. A nível desportivo teve algumas de palmatória. A forma como Domingos Paciência saiu, mesmo que depois tenha tentado atirar areia para os nossos olhos; a ainda maior aberração que foi a dispensa de Leonardo Jardim; o regresso de Peseiro, sabendo que era um problema enorme, depois de um despedimento anterior "a mando dos adeptos". 
Em termos de estratégia desportiva, há coisas que não consigo perceber. Quis demonstrar forte aposta na formação,  até agora, essa aposta revelou-se num Campeonato Nacional de juniores. Isso justifica os enormes gastos na formação? Uns dirão que sim, eu entendo mais a formação como formação de jogadores e não de equipas, por isso digo não. O S.C. Braga é de longe o clube (dos 5 mais fortes) que menos jogadores da sua formação utiliza na equipa B. Se nem para a equipa B consegue formar jogadores, não se justifica tantos gastos! Canalizem-nos para a captação de jogadores para a equipa B e gastem muito menos na vinda de tantos jogadores de fora para as equipas de formação. Para quem entender a equipa B como equipa de formação, tudo o que eu disse tem o mesmo significado. Também não consigo perceber a dança de treinadores na equipa B. Alguém sabe quantos já passaram pela função? Agora tem a bandeira da Academia. O Braga cresce dizem muitos, eu pergunto que gastos isso trará ao Braga? Que frutos tirará daí? Nunca gostei muito de parecer ser. Gosto muito mais de ser o que sou. Eu não consigo ver grandes vantagens na Academia tirando a "imagem" e os negócios envolvidos...
A transparência, ou melhor, a falta dela foi um factor preponderante na presidência de Salvador. Acredito que muitas vezes  é necessário "esconder" o jogo, Salvador soube fazê-lo. Mas entendo-o como estratégia pontual e não como  hábito. 
Não me quero alongar muito, apenas perceber e tentar transmitir, que realmente, mesmo tendo sido globalmente bastante positivo, é sempre possível fazer melhor e também porque acredito que os longos legados na "chefia" criam maus vícios.