Venha a supertaça!
Ainda
não tinha começado o Europeu e eu já estava a ficar farto das “conversas de
café” sobre a seleção. Escolheram o lema “ Não somos 11, somos 11 milhões” e
levantaram-se vozes que não somos 11 milhões, que somos mais. Vozes certas, mas
o lema não procurava a perfeição matemática mas sim a envolvência das palavras,
querendo juntar os portugueses com a sua Seleção Nacional. É engraçado que os
tais, que ficaram de fora desse número, são os principais a sentirem-na como
Seleção Nacional e não como equipa com jogadores de vários clubes. São eles que
sentem na Seleção a representação da nação, nas imagens que vemos, nas palavras
que ouvimos saídas de gente de trabalho, de gente que não está em Portugal, gente
que se quer orgulhar de ser português. Por cá as coisas são diferentes,
interessa mais é saber se é do Benfica ou do Sporting, se o “Jaquinzinho” tem
valor para ser titular ou se o “Manel” devia ter sido convocado. Normal, num
país em que a cultura clubística ultrapassa os limites da essência da criação dos
próprios clubes, em que ser de Braga não significa maioritariamente ser do
Braga. Como se pode explicar que haja tanta gente a exigir tudo e não perdoar
nada ao melhor jogador português de todos os tempos, melhor marcador da
Seleção, com mais internacionalizações, que estejam mais ansiosos pelo desaire
para poderem destilar, do que pela vitória para festejar. Só me apetece dizer
que se o Rafa fosse do Benfica, só se ouviria: mete o RAFA!!!!
Carlos Lezón Bouças
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