quinta-feira, 2 de junho de 2016

Diz que sente, logo entende - 4



Fasquia alta, muito alta

                Paulo Fonseca deixou uma marca vincada de competência técnica, uma imagem de elegância na postura verbal e não-verbal. Um craque. Mais uma vez o S.C. Braga teve que reconstruir uma equipa depois de perder meia equipa, Éder, Zé Luis, Santos, Pardo, Rúben Micael, Danilo. O líder soube descobrir o caminho, encontrou soluções “esquecidas” dentro de casa, Boly e Vukcevic, escolheu com critério e qualidade as aquisições, Hassan, Ricardo Ferreira, Stojiljković, Rui Fonte e Wilson, soube retocar com Josué e minimizar a perda do Kritciuk com um Marafona que acabou herói. Mas fê-lo com uma qualidade de jogo acima da média. O futebol é ingrato e por vezes uma série de jogos menos conseguidos faz “esquecer” meses de coisas bem feitas, de jogos bonitos.
Confesso que fiquei curioso, após os primeiros jogos de preparação, em saber se Paulo Fonseca abordaria todos os jogos com aquela disposição tática. Um 4-4-2 que tanto é 4-2-2-2 como 4-2-4. Efetivamente o Braga apresentou-se de igual disposição tática em todos os jogos. Apenas a variação das peças faziam a alteração estratégica. Jogar com Alan ou P. Santos, com Wilson ou Stojiljković, com Vuk ou F. Augusto ou Mauro. Mas a identidade estava sempre lá. Futebol dominador, com preponderância atacante, com qualidade. Dava gosto ir ver o Braga jogar. Foram muitos jogos, muitas competições levadas quase até final. Claro que a conquista da Taça de Portugal o poria como herói na história do clube, mas ele fez bem mais que isso. O Braga ganhou novos adeptos pela qualidade. O próximo terá a dificuldade acrescida de o substituir, não será fácil.
Carlos Lezón Bouças

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